Candidatos de Tijucas se enfrentam faltando uma semana para o fim da campanha
Enquanto do lado de fora da câmara de vereadores de Tijucas “periquitos” e “canários” travavam uma disputa de gritos – aplausos e vaias – e na caixa de som, os candidatos Adalto Gomes (PT) e Valério Tomazi (PMDB) se alfinetavam dentro da sede do poder legislativo. Restando apenas uma semana para se fazer campanha eleitoral, os dois prefeituráveis tentaram, à base da saliva, ganhar o voto do eleitor indeciso no debate da Rádio Vale.
Cada um dos candidatos tinha o direito de convidar um político para assessorá-lo ao longo do embate. E, como já previsto, por trás de Valério estava o atual prefeito Elmis Mannrich (PMDB); e com Adalto estava justamente o adversário de Elmis na eleição de 2008, Roberto Vailati (PT). Contudo, com os microfones ligados, os dois políticos que faziam as vezes de assessores, colaboravam no máximo com olhares – que em alguns momentos eram vagos e em outros provocativos.
De um lado, respaldado pelo fato de ser o candidato do único prefeito já reeleito em Tijucas, Valério usava o discurso da continuidade: “já fizemos, vamos fazer mais!”. Por outro lado, Adalto usava o partido como argumento favorável: “apoiamos o governo federal, e lá vamos ter vez e voz!”. Quem venceu? Quem convenceu? Que venha o dia 7 de outubro para responder.
Valério: O senhor diz que construirá a Estação de Tratamento de Esgoto. Mais uma razão para não ser eleito, porque fala que vai construir algo que já está sendo construído. O que acha do saneamento do nosso município?
Adalto: A questão da construção da Estação de Tratamento de Esgoto é uma luta que já vem lá de trás. A administração que o senhor faz parte titubeou várias vezes em buscar recursos. Foi o vice-prefeito da época, o Roberto Vailati, quem lutou para sair essa Estação. O senhor enquanto engenheiro deveria estar preocupado porque estão construindo numa região onde alaga. Como vão fazer quando tiver uma enchente e a Estação ficar no meio da água?
Valério: O projeto está protocolado em Brasília, em dois ministérios. Foi obra do prefeito Elmis, quando o vice que o senhor mencionou já tinha largado o barco, em 2008.
Adalto: O senhor está mal informado. O projeto aconteceu em 2005, eu estava no ministério quando foi anunciado.
Adalto: Primeiro, o que o senhor propõe para uma situação que vem se arrastando no município, que são os andarilhos? E o que propõe para mobilidade urbana? Porque os deficientes físicos estão sofrendo muito...
Valério: Sobre os andarilhos, a Assistência Social tem feito um trabalho muito forte. E vamos construir uma casa de passagem. Esse problema não é só de Tijucas, mas aqui tem cidades turísticas que desovam estes cidadãos. E nós vamos respeitar essas pessoas. Quanto à mobilidade urbana, a parte de acessibilidade é algo que vem de outros governos, jamais foram feitas obras respeitando isso. Mas já se avançou muito.
Adalto: Quero lamentar essa sua posição. Eu sou contra a casa de passagem em Tijucas, porque a maioria dos andarilhos é dependente químico e muitos saíram do presídio. Temos que mandar essas pessoas para casas de tratamento de dependentes químicos, de preferência bem longe de Tijucas.
Valério: ele pode discordar de qualquer coisa, porque ele só lamenta mesmo. Só lamenta!
Valério: No seu programa eleitoral o senhor citou como compromisso a ponte da Itinga. Como ficou sua principal proposta se o problema já está sendo resolvido?
Adalto: Não vote em candidato que faz vocês sofrerem! O sofrimento de um ano esperando por uma obra caracteriza até falta de respeito com vocês. As condições daquela ponte não têm futuro. Não vai muito longe aquela ponte.
Valério: O senhor faltou com a verdade para com o povo da Itinga, porque já sabia que o processo licitatório estava aberto quando falou para o povo que ia atrás de recursos. Esforço do prefeito Elmis não faltou.
Adalto: Não sou acostumado com a inverdade, até porque sou um político ficha limpa.
Adalto: Qual sua proposta para um grande drama que temos hoje em Tijucas, que é o transporte de pessoas que precisam de atendimento na saúde para Florianópolis?
Valério: Nós vamos continuar dando atenção. Já fizemos muito por saúde e vamos continuar. Quanto à questão do transporte, não é responsabilidade do município. Atendimentos de alta complexidade são de responsabilidade do governo federal e do estado. Mas nós não vamos negar. Jamais. Vamos buscar em casa, levar, trazer e devolver em casa.
Adalto: Durante esses oito anos, muita coisa deixou de ser feita, o que faz com que muitas pessoas tenham que ir para Florianópolis. E o seu programa é continuar maltratando as pessoas, tendo que ir para a estrada atrás de tratamento? Essa semana teve mais um acidente com ambulância de Tijucas que levava pacientes para Florianópolis.
Valério: Acidente ocorre todos os dias e com quem estiver na estrada. Não é por isso que vamos nos retrair.